1. Ganho da
Antena -
Em diversas ocasiões pretendemos obter melhores resultados
com um emissor aumentando-lhe a potência.Não
é necessário unicamente substituir
os transístores que o equipam mas sim,
alterar quase todo o circuito. Existe um
sistema que aumenta significativamente o
rendimento de um emissor, a potência
emitida por ele, sem alterar o circuito.
Emprega-se uma antena direccional de elevado
ganho. A antena direccional aqui
apresentada, tem 5 elementos, e com ela, é possível
obter um ganho de 7-8dB, o que significa um
aumento de potência de 5-6.3 vezes.
Então, ligando esta antena a um
transmissor de 1 W será igual à potência emitida por
um transmissor de 5-6.3W. Na prática, se
se dispõe de um transmissor equipado
com uma antena direccional de 5 elementos e
um segundo transmissor de 6W ligado
a uma antena comum, de simples concepção,
um utilizador de radio que captasse os
dois sinais não notaria nenhuma diferença
entre eles, mesma força de sinal.

Este efeito funciona também no sentido oposto, ou seja, além de aumentar a
potência de sinal emitido, aumenta também
o sinal na recepção, como sucede nas
antenas direccionais utilizadas em televisão.
O ganho de 7-8dB em recepção
corresponde a um ganho de tensão
compreendido entre 2 e 2.5. Isto significa que,
captando um sinal de 3 mV de amplitude, com
esta antena, o sinal entrará na primeira
etapa do receptor com uma amplitude de
6-7.5mV. Na prática, seria como dizer que
a antena amplificou o sinal recebido de 2.2
a 2.5 vezes.O único inconveniente que
apresentam estas antenas, se assim o
queremos definir, consiste em ser direccional,
ou seja, que temos de orientar a antena
para o sítio para onde desejamos emitir ou
queremos receber. Por outro lado temos a
vantagem de que diminui o QRM
proveniente diferentes daquele para o qual
a antena está apontada e também,
deixamos de interferir com outras estações
que estejam fora da direcção para a qual a
antena está apontada.No caso em que se
tenciona fazer contactos para vários sítios
diferentes, a antena deverá ter a
possibilidade de girar sendo para isso necessário a
existência de um motor desmultiplicado que
efectue a sua rotação para a direcção
desejada. Como esta antena é muito leve e
pouco volumosa, um pequeno motor de
limpa para-brisas, por exemplo, servirar
perfeitamente para o efeito.

2. Realização prática - Para a realização prática desta antena,
o constructor
deverá procurar uma barra de madeira ou de
material plástico (tipo plexiglás), com as
dimensões de 2x5 cm, e com uma longitude de 180
cm. Às distâncias indicadas na
figura 1, efectuaram-se os furos de 6 mm de diâmetro,
aproximadamente, adequados
ao dos elementos da antena. Estes foram
introduzidos em cada um dos respectivos
furos, efectuando uma certa pressão. O diâmetro
dos diversos elementos que
constituirão a antena poderá oscilar entre 5 a
7mm. Pode empregar-se tubo de
alumínio ou de cobre, indistintamente. A
longitude destes elementos será a seguinte:
Director 1: 85cm Director 2: 90cm Director 3: 92cm
Dipolo Reflector: 96cm
Reflector: 100cm
É lógico que estes elementos deverão fixar-se sobre a ripa de madeira que
actuará
como suporte na metade do comprimento de cada um
deles, ou seja, os elementos
deverão ficar centrados no suporte estando
metade do seu comprimento para cada
um dos lados do suporte como se vê na figura 1.
Concluída esta operação, falta
apenas construir o adaptador de impedâncias.
Como se vê na figura 2, este é
constituido por um pedaço de conductor de 52 ou
75 ohms, com um comprimento
de 67cm, dobrado em forma de 0. Aos três
extremos dos cabos (um da baixada e os
outros dois do cabo dobrado em 0), deveremos
soldar a malha como se vê na figura
2. Os dois terminais que ficarão disponíveis da
união do cabo de baixada com um
dos extremos do cabo dobrado em 0, vão ser
ligados a um adaptador em delta,
constituído por dois condutores com 22cm de
comprimento e 1mm de secção que,
abrindo-se em V, se unirão ao dipolo radiante,
de modo que façam um triângulo com
22cm de lado e fique instalado na ripa de madeira
como se mostra na figura 3. Para
fixar o os extremos dos dois condutores que se vão
encontrar na ripa de madeira e
formar um dos vértices do triângulo, poder-se-á
utilizar um pedaço de material
plástico com parafusos que irão neles apertar e
segurar as pontas dos dois terminais
dobrados em forma de camarão.

3.
Controlo da Antena - Terminada a
antena, será preciso verificar se a
adaptação de impedâncias é perfeita, o qual
se pode conseguir com a ajuda de um
medidor de ondas estacionárias. Aplicando este
à saída do transmissor, dever-se-á
comutar o medidor para o modo de acerto da agulha
e em seguida para o modo de
leitura de onda reflectida. O objectivo é que se
altere o comprimento da antena ou do
adaptador de impedâncias até que no medidor a
agulha fique situada no princípio da
escala. Para eliminar a sondas estacionárias,
faz-se deslizar no dipolo os dois
condutores que estavam a 22 cm de distância um
do outro porque, segundo um
protótipo construído, essa era a distância que
oferecia o menor número de ondas
estacionárias. Esta distância pode oscilar
entre 20 a 24cm na antena que se construa.
Se não se dispõe de um medidor de estacionárias,
pode calibrar-se a antena, ou seja,
regular a distância citada, servindo-se de um
receptor, caso este tenha indicador de
sinal. Então, situa-se o emissor a uma certa
distância do receptor e fazer o ajuste até
que o indicador mostre intensidade máxima.
Deve-se situar o ponteiro do mostrador
numa posição mais ou menos ao centro variando o
RF gain, caso possível.
4. Melhores resultados
- Para finalizar, aconselha-se instalar esta antena com o
dipolo, directores, etc, em posição vertical.
Nesta gama de frequências existem
diferenças de comportamento entre uma antena
disposta horizontalmente e uma
disposta verticalmente. Diferenças que, como se
verá, fazem da posição vertical
preferível à horizontal.A primeira vantagem
consiste em que oferece uma maior
selectividade direccional. Entende-se por
selectivadade direccional a possibilidade de
transmitir ao máximo numa determinada direcção,
que é resumidamente, a
prependicular aos elementos da antena, numa
determinada direcção, que é o dos
directores em relação ao dipolo radiante, e em
mínima quantidade nas outras
direcções.Consegue-se uma ecónomia de potência,
visto esta estar concentrada numa
determinada direcção; uma maior ausência de
perturbações por parte de outras
estações emissoras e, para os que tenham
necessidade disso, comunicações mais
confidenciais. Além da selectividade
direccional, uma antena disposta verticalmente
oferece outras vantagens que dependem do ângulo
de íncidência do sinal
electromagnético emitido e o solo. Sabemos que
em VHF, a onda electromagnética é
do tipo óptico, ou seja, que na prática
comporta-se como um raio luminoso. Pois
bem, um sinal emitido por uma antena disposta
verticalmente tem uma angulação mais
baixa do que por uma antena disposta
horizontalmente. Isto permite obviamente fazer
contactos até maiores distâncias. A onda
electromagnética de menor angulação,
percorrerá por maior espaço o percurso da curva
terrestre enquanto que a onda
emitida pela antena disposta horizontalmente
apontará imediatamente para o
céu.Apesar de tudo o que foi dito, instalando a
antena horizontamente, o ganho
manter-se-á inalterável, pelo que em caso de não
se ter absoluta necessidade de
alcançar a máxima distância, poder-se-á optar
também pela segunda solução.
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